Se A, num dia qualquer, defendeu que se deve poder vender livremente revistas pornográficas, então A está obrigado a fazer um banzé sempre que a polícia aparece a chatear o homenzinho daquele quiosque onde se vende revistas pornográficas, mesmo que a polícia o vá lá chatear por qualquer coisa que nem tenha nada a ver com revistas pornográficas1. Há ainda a pergunta típica que este tipo de raciocínio (de que eu gosto à bruta, repito) adora fazer: então e agora, Sr. A, agora não tem nada para dizer, Sr. A? Recentemente, o léxico deste tipo de raciocínio foi enriquecido com a noção de que A é um “cruzado” da venda à balda de revistas pornográficas. Ou melhor, com o conceito, que isso então é que eu me pelo por ele, de que A é um “cruzado” da rebaldaria.
1 Atenção, o gajo não tem de se chamar A nem a coisa tem de ser com revistas porno. O que interessa aqui é o tipo de raciocínio, a ver se me entendem. É a mesma coisa se o marmanjo se chamar S e tiver defendido a venda livre de fósforos com a cabeça do outro lado ou porta-chaves com a cara do coiso, como é que ele se chama? Esse.