quarta-feira, 26 de abril de 2006

Brio póstumo

Tenho andado em flirt pegado com uma alma penada que aí apareceu, rapariga simpática, morta muito prematuramente por um aneurisma, coitada! Estranho até que me tenha dado para fazer o que nunca apreciei em vida. Por convicção estabilizada, entenda-se, não me lastimo de falta de oportunidade, de jeito, ou assim, que não sou nenhum Pedro Mexia, valha-me Deus. Morto, mas brioso. Ou brioso porque morto? Realmente, agora que o escrevi reparo que há um brio póstumo, muito difundido, se calhar porque muito fácil, e que não é coisa só de mortos, antes pelo contrário: é de quem se sente orgulhoso de ter feito bem quando não se deu ou não lhe foi dada a oportunidade de ter feito mal. O brio póstumo, ó alma penada que por aí andas, dos sem escolha, das vítimas do aneurisma.