Rejubilemos!
— Rejubilamos?
— Sim, no mínimo rejubilamos. Eis o caso: a tradução da Poética de Aristóteles de Ana Maria Valente, que a Gulbenkian editou em 2004, teve agora segunda edição.
— Caramba! Percebe-se, é uma boa tradução.
— Mais que boa, é a primeira boa, e até por isso te enganas, porque não se percebe. Durante décadas usou-se por aí uma outra, má senão péssima.
— Então, toca a rejubilar. Quererá isso dizer que todo o país se vai tornar aristotélico?
— Sem dúvida! Não faltará muito para que os fotógrafos surpreendam o primeiro-ministro debruçado sobre o pequeno livrinho de capa azul.
— E o director do Público fará editoriais, falará de metabasis e hamartia…
— De ethos e pathemata…
— E apelará e conseguirá a Grande Catarse!
— Rejubilemos! É o fim!
— Finalmente, porra!